segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Relato de Parto

Carolina Pinotti pariu Luiza no dia 25/08/2012 apenas 15 meses depois da cesárea que trouxe seu filho Vitor ao mundo.
Carolina está disponível para conversar mais sobre parto natural após cesárea com menos de dois anos de diferença entre um nascimento e outro, pelo email carolina_pinotti@hotmail.com.



Meu relato de parto
Nosso trabalho de parto começou no dia 17/08, quando tivemos sinal do tampão. Ficamos na expectativa por alguns dias, até que finalmente a bolsa rompeu no dia 23/08.
Passamos o dia 24 aguardando em casa, mas o tp não evoluiu durante o dia e foi começar somente às 18 horas.
Passei um tempo com meu marido fazendo coisas despreocupadas, esperando contrações ritmadas, que não demoraram a começar. Logo recebemos em nossa casa a doula e o ginecologista que nos acompanharam durante algumas contrações. No inicio da madrugada fizemos um toque, que mostrou que ainda demoraria mais um tempo pra nossa pequena Luiza chegar.
GO e doula foram para casa e nós fomos tentar descansar. Não demorou e as contrações ficaram mais fortes. Deixei meu marido dormindo e comecei a caminhar pela casa, tomar alguns banhos, tentar relaxar... deixar meu corpo trabalhar sossegado...
Pela manhã já estava cansada e não queria fazer outro toque com receio que o trabalho não tivesse evoluído, e permanecemos assim...
As contrações começaram a ficar fortíssimas, sinal de que estávamos dilatando os finais. Nesta hora pensei em desistir, em abrir mão do tão sonhado parto, 40 semanas depois da concepção da nossa princesa. Graças a Deus tínhamos ao nosso lado uma doula muito especial que me encorajou, que me lembrou dos motivos que me levaram a escolher o parto natural, os benefícios que eu estava proporcionando pro meu corpo e pra minha filha. Ela me ajudou a “voltar” pro parto e decidir o que eu de fato queria.
Neste momento meu marido se encorajou e se emponderou junto comigo. Jamais vou esquecer este momento: ele me olhou nos olhos, segurou minha mão e se colocou à minha disposição! Me deixou segura dizendo que estaria comigo na decisão que eu tomasse, mas que sabia o quanto o parto era importante e sonhado por mim e sugeriu novo toque. Resultado: estamos com 7! Hora de ir pra maternidade!
O caminho até lá foi “longo” (kkkk)... segurei por várias vezes na perna dele: “vai mais rápido! Não, não não! Vai mais devagar! Nãoooo! Aceleraa!!”
Infelizmente a maternidade demorou em fazer a internação, mas eu, doula e GO fomos para o quarto para esperar o momento da nossa pequena.
Logo meu marido apareceu, e a minha ideia de desistir permanecia na contração, desmorinava quando ela passava... rsrsrs... enfim fui convencida a ir para o chuveiro tentar amenizar as dores das contrações finais. Não me recordo 100% deste momento... só me lembro que estávamos no escuro, eu meu marido, ele me segurando por trás e me dando todo apoio. Não demorou a começar o expulsivo. As benditas contrações que não doem mais, que obrigam você a fazer força mesmo sem querer e que te deixam com a certeza de que falta muito, muito pouco pra ter seu bebê nos braços!
Voltamos para o quarto, sentamos no banco de cócoras e esperamos. Pouco menos de 40 minutos, a Luiza coroou! Não podia acreditar que estava de fato acontecendo isto em minha vida! As 15:45, do dia 25/08 ela estava em meus braços, com seus dedinhos compridos, seus cabelos pretos, seu rostinho lindo e redondo, seus olhos abertos me procurando!!!
Ela foi pro banho e tomar um pouco de oxigênio (infelizmente não se pode prever que o bebê vai nascer com uma circular de cordão muito apertado), enquanto isso minha querida doula ficou comigo no quarto, a placenta saiu, o GO me examinou e nada de fissura ou pontos! Vitoria tripla! Nascemos com dignidade, sem traumas e sem riscos.
Tomei um banho e aguardei a vinda da minha joia pra definitivamente não sair mais dos meus braços!
Lembro-me muito bem deste parto, da experiência nobre que é dar a luz, da paciência, competência e tranquilidade da doula e do médico e principalmente da cumplicidade do meu marido comigo.
Sou muito feliz pela rápida recuperação. Por não precisar de soro, por estar livre de anestesia e pontos, por estar tranquila em me levantar, sentar e deitar sozinha... coisas que não se podem ser feitas quando passamos por uma cesárea.
Falando nisso, acho extremamente válido lembrar que havia tido uma cesárea somente 15 meses antes do parto da Luiza. Em momento algum senti que corria algum risco. Estava em boas mãos!
Hoje nossa princesa alegra nossa vida e a vida de seu maninho e eu agradeço a Deus por ter passado por este momento, por não ter desistido...
Se posso resumir meu parto em uma palavra, digo que é permissão.
Permissão para meu bebê decidir quando ele estará pronto para nascer, permissão para o meu corpo trabalhar e mostrar que é capaz de parir, permissão para permitir!
Sou mãe, sou mulher, sou capaz! E serei eternamente grata por este dia!

Um comentário:

  1. Oi, Carolina
    Eu estou tentando um VBAC, e a diferença também será menos de 2 anos.
    Em algum momento você pensou em continuar em casa? Ter domiciliar?

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